Em poucas palavras, sim. Mas, no entanto, devemos discutir o porquê.

Aquilo que os especialistas designam como área da vida ativa e saudável é uma combinação de diferentes comunidades, projetos e iniciativas que trabalham em tópicos diversos mas interconectados. Estes tópicos variam entre a saúde digital até à literacia em saúde, da telemedicina à robótica, abrangendo cidades e casas inteligentes, inclusão e justiça social, entre muitos outros. Unindo todos estes elementos torna-se possível desenvolver soluções e intervenções para melhorar os desfechos de saúde dos cidadãos à medida avançam ao longo do seu ciclo de vida. As redes temáticas, como a antiga European Partnership for Active and Healthy Ageing (EIP on AHA), ajudam a agregar projetos e iniciativas de menor relevo e fornecer oportunidades de intercâmbio e partilha de conhecimento, mas também integrá-los nos seus ecossistemas regionais e apoiar os seus esforços de expansão. Cada rede tem a sua própria agenda e comunidade, o que não exclui o surgimento de um pensamento inevitável: “Se estamos todos a trabalhar na mesma temática, para as mesmas pessoas, não faria sentido juntar forças?”. Ora, o desenvolvimento de uma rede de redes, que pudesse desenvolver sinergias e evitar que as diferentes comunidades trabalhassem em silos, é uma premissa interessante.

Para debater esta matéria, o consórcio IN-4-AHA do qual o Porto4Ageing é parceiro, convidou para um workshop (25/11/2023) representantes de cinco das mais notáveis redes que trabalham no espaço da “vida ativa e saudável”: a Autoridades Regionais e Locais Europeias de Saúde (EUREGHA), a Reference Sites Collaborative Network (RSCN), a European Connected Health Alliance (ECHAlliance), a rede temática para Smart Healthy Age-Friendly Environments (SHAFE) e Cost Action Net4Age Friendly, e a European Health Telematics Association (EHTEL).

A principal conclusão desta discussão foi que esta rede de redes deveria ser uma coligação de voluntários.

As redes representadas no workshop já tinham participado em reuniões preparatórias com o objetivo de criar uma associação informal nestes moldes – organização esta que foi batizada de EURAHL (European Coalition on Active and Healthy Living, ou, Coligação Europeia para a Vida Ativa e Saudável). Chamá-la de coligação de voluntários, embora seja uma descrição simples, já aponta para alguns dos aspetos que foram abordados neste workshop e que deverão nortear o trabalho da EURAHL no futuro. Em primeiro lugar a EURAHL é uma “coligação”, ora um grupo de pessoas a trabalhar em conjunto e a colaborar para uma visão partilhada para o campo da “vida ativa e saudável”. Unir esforços e promover sinergias são prioridades da EURAHL. A comunidade alvo da EURAHL é muito rica e diversificada, portanto, integrar diferentes pontos de vista num único espaço poderá ser uma boa forma de atingir um estado de cooperação orgânica entre as diferentes redes.

E, sendo a EURAHL uma “coligação de voluntários”, implica que a sua organização é baseada em esforços não remunerados e por esse motivo, obrigatoriamente flexível e voltada para as necessidades dos seus respetivos integrantes. Os seus membros devem tirar valor deste trabalho colaborativo, sendo que a EURAHL não pretende competir com as atribuições das diferentes redes, mas apenas ampliar os seus resultados, auxiliá-las, na procura de parceiros adequados, e criar uma massa critica capaz de influenciar o desenvolvimento de políticas na área da saúde e envelhecimento a nível Europeu.

Este workshop também definiu pontos de ação básicos que devem ser abordados em 2023, como ter uma definição clara de Vida Ativa e Saudável, que pode ser cooptada pela comunidade e integrada em sua linguagem comum compartilhada e ter uma plataforma para promover o resultados e conquistas das redes individuais, para alcançar um público ainda maior

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